Índice Bovespa também sentiu reação negativa do mercado e recuou 1,6%, aos 122.766 pontos
Na véspera do carnaval, o clima não foi de festa para os investidores que acompanham o mercado de ações. Nesta sexta-feira (28/2), o dólar comercial encerrou o pregão com uma valorização mais forte, de 1,5%, cotado a R$ 5,91. Os motivos para o avanço da moeda norte-americana vieram tanto do cenário internacional quanto do ambiente interno, de acordo com especialistas.
Em Washington, o encontro entre os presidentes Donald Trump, dos Estados Unidos, e Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, foi o principal assunto do dia e que elevou os ânimos e a tensão do mercado global. A reunião foi marcada por troca de palavras mais ácidas entre os dois líderes e terminou sem chegar a nenhum acordo entre as duas nações sobre a guerra no leste europeu, que já dura três anos.
Diante disso, o Índice DXY, que mede a força da moeda norte-americana em relação às principais divisas do mundo, encerrou o último dia da semana em alta de 0,35%. Para o especialista em investimentos da Nomad, Bruno Shahini, o aumento é resultado direto do embate ocorrido nesta sexta-feira (28/2). “Os dois líderes não chegaram a um acordo e palavras duras foram trocadas no Salão Oval da Casa Branca, minando a esperança de que um acordo para o fim da guerra pudesse ser alcançado e que os riscos geopolíticos arrefecesse”, avalia.
Escolha por Gleisi estremece mercado
No Brasil, a nomeação da deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) para a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) da Presidência da República não agradou boa parte do mercado financeiro e gerou estresse nos ativos domésticos. “Na visão majoritária, a nova configuração pode dificultar a articulação política do governo com o poder Legislativo”, considera, ainda, o especialista da Nomad.
O analista da Levante Investimentos Flávio Conde vai na mesma linha e acredita que as consequências podem ser danosas na articulação política para o governo federal. “Lula está chamando os mesmos que giram na órbita dele, que é o que ele fez na primeira metade do mandato, e não tem dado certo”, destaca.
Bolsa de valores
Diante disso, a maioria das ações listadas no Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa/B3) fecharam em queda, com destaque para os papeis da Marfrig (MRFG3), que despencaram acima de 10%, e da Braskem (BRKM5), que recuaram 7,11% ao final do dia.
Por outro lado, as ações da Eletrobras (ELET3; ELET6) foram o destaque positivo desta sexta-feira na B3, após a celebração de acordo da empresa com o governo federal, que limitou a participação da União no controle da companhia. No último pregão do mês, o Ibovespa fechou em queda de 1,6%, aos 122.766 pontos. Em fevereiro, a bolsa brasileira recuou 2,66%.
Fonte: Correio Braziliense