Segundo o presidente, contingenciamento do Orçamento pode chegar a R$ 8 bilhões
O presidente Jair Bolsonaro PL disse nesta sexta-feira (22) que “não esperaria”, da gestão anterior da Petrobras, um corte no preço da gasolina. Agora, afirmou, vê chances de uma nova redução caso o petróleo fique mais barato.
“Acho que com a diretoria antiga [da Petrobras] a gente não esperaria diminuir esses R$ 0,20 e faz a diferença esses R$ 0,20. Não vi o barril do Brent quanto está hoje. Ontem estava uns US$ 100 e poucos. Se cair mais um pouquinho, não vou falar que vai, mas certamente a Petrobras vai rever o preço para baixo”, afirmou.
A Petrobras anunciou, na terça (19), redução de 4,9% no preço médio de venda da gasolina por suas refinarias. Desde quarta, o litro do combustível é vendido, em média, por R$ 3,86, um corte de R$ 0,20.
O presidente disse que, com a nova formação da companhia, com as trocas feitas por ele no comando da empresa, deve cair novamente.
Nesta sexta, Bolsorado também estimou que o novo corte no orçamento pode chegar a 8 bilhões superior a expectativa inicial de membros do Ministério da Economia, que falavam em R$ 5 bilhões.
O governo precisa contingenciar recursos do Orçamento de 2022 para não descumprir a regra constitucional do teto de gastos.
“É duro trabalhar com um Orçamento desse, engessado. Temos esse corte extra [que pode ser que] chegue a quase R$ 8 bilhões”, disse Bolsonaro a jornalistas nesta manhã. “Entra aí a questão dos precatórios, entra abono, entra a questão do financiamento da agricultura também”, completou.
O prazo para o governo publicar o bloqueio é esta sexta-feira. Os números devem ser anunciados por meio do relatório de receitas e despesas, que o governo precisa publicar bimestralmente, e as áreas a sofrerem cortes devem ser detalhadas só posteriormente.
O chefe do Executivo não detalhou quais áreas devem ser contingenciadas. “Quando chega algo que extrapolou o previsto, tenho que cortar. Vai cortar onde? Se corta na educação, reclama. Se corta na saúde, reclama”, afirmou o presidente.
“Todo mundo vai ter reclamação, é natural. Sou obrigado a cumprir a legislação”.
Atualmente, cerca de R$ 10 bilhões já estão contingenciados no Orçamento se considerada a reserva de R$ 1,7 bilhão para reajustes e reestruturações.
O bloqueio mais detalhado em junho atingiu principalmente os ministérios da Ciência, da Educação e da Saúde.
No caso da na pasta da ciência houve corte de 2,5 bilhões e dos R$ 6,8 bilhões anteriormente previstos nas chamadas verbas discricionárias (que o governo pode adiar, diferentemente das obrigatórias). A tesourada equivale a 36% do total.
Na educação foi de R$ 1,6 bilhão de um total de R$ 22,2 bilhões em discricionárias (7,2% do total). Já a Saúde recebeu um corte de R$ 1,2 bilhão de um total de R$ 17,4 bilhões (também 7,2% do total).
Ainda passaram por cortes os ministérios da Defesa (equivalente a 6,2% das discricionárias), do Turismo (5,6%), das Comunicações (5,6%) e das Relações Exteriores (5,6%). Também estão na lista a Presidência da República (5,65%) e o Banco Central (5,6%). Completam a lista as pastas da Justiça (4,2%), Desenvolvimento Regional (3,8%), Mulher (3,7%), Minas e Energia (3,4%), Infraestrutura (2,6%) e Cidadania (2,1%).
Fonte Correio Brasiliense