Sete pessoas foram presas nesta terça-feira (21/6) durante a Operação Looping 2, da Polícia Civil do Distrito Federal.
A ação mira um grupo suspeito de fraudar documentos em cartórios para se apropriar de fazendas em Goiás, de 2014 a 2020. Entre os detidos está o empresário José Fuscaldi Cesilio, conhecido como José Tatico, e seu filho. Além dos mandados de prisão, foram cumpridos 11 de busca e apreensão.
A defesa do empresário José Tatico afirmou que ele e seu filho foram soltos ainda nesta manhã, após prestar esclarecimentos. E que ambos “foram vítimas da quadrilha que gerou essa operação”.
De acordo com a polícia, as investigações tiveram início em 2021, logo após a realização da primeira fase da Operação Looping. Foi constatado que um então tabelião do cartório de notas e registro civil de Limeira (MG) havia falsificado documentos, dentre eles uma certidão na Terracap (Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal), e invadido uma expressiva área pública, dada como garantia de um empréstimo.
Esse mesmo tabelião foi afastado por irregularidades em 2015, pois havia produzido outra procuração falsa, usada em 2016, em cartório do Distrito Federal, para transferir uma segunda fazenda, localizada em Mimoso (GO), pertencente a um espólio e avaliada em aproximadamente R$ 10 milhões.
Na sequência, a investigação apontou que o mesmo grupo criminoso lavrou uma terceira procuração, com uso de documentos falsos, em Dom Bosco (MG), para a lavratura de escritura de compra e venda falsa de uma terceira fazenda, também localizada em Mimoso (GO), avaliada em R$ 15 milhões. O delegado Wisllei Salomão afirmou que os criminosos “se aproveitaram da idade avançada e do grave estado de saúde dos verdadeiros proprietários destes imóveis” para cometer as irregularidades.
“Os investigados responderão pelos crimes de falsidade ideológica, falsificação de documentos, uso de documentos falsos, esbulho possessório e associação criminosa”, completou o delegado.
A reportagem entrou em contato com o advogado de José Tatico, Frederico Sardinha, que se posicionou por meio de nota:
No tocante à denúncia veiculada na imprensa na data de hoje (21/06/22), cumpre esclarecer que não se trata da realidade, tendo em vista que o empresário (também idoso) e seu filho também foram vítimas da quadrilha que gerou essa operação.
Esclarecemos que a fazenda mencionada foi adquirida legalmente de boa-fé, tendo sido pagas dentro do cartório, e transferidas e registrada no ato; sendo que esses documentos gozam de presunção de autenticidade, e, portanto, não foi possível verificar a fraude praticada pelos reais responsáveis pela prática irregular.
Ressalta-se que José Fuscaldi Cesílio já prestou os esclarecimentos necessários, contribuindo com a justiça e foi liberado.
Além disso, a presente operação busca apenas a prestação de esclarecimentos sobre a investigação, e que estão à disposição para contribuir com as autoridades competentes e demonstrar a realidade dos fatos.
Cumpre mencionar quanto aos fatos, não há nenhuma ligação com o exercício de suas atividades empresárias.
Fonte Notícia A