Cadê o dinheiro do Trindade Prev? Justiça ainda não recuperou quase R$ 9 milhões, valores de 2013, desviados na gestão Fortunato.
Prefeitura de Trindade Trindade Uncategorized

Cadê o dinheiro do Trindade Prev? Justiça ainda não recuperou quase R$ 9 milhões, valores de 2013, desviados na gestão Fortunato.

Mais de uma década se passou desde o escândalo que abalou a previdência dos servidores públicos de Trindade, e o mistério continua: onde estão os quase R$ 9 milhões, valores de 2013, desviados do Trindade Prev na gestão do ex-prefeito Ricardo Fortunato de Oliveira (2009–2012) ?

Segundo decisão liminar da 2ª Vara Cível da Comarca de Trindade de 31/07/2013, O Juiz
determinou a indisponibilidade dos bens imóveis, veículos e ativos financeiros em nome dos réus, Ricardo Fortunato de Oliveira, Hernani de Oliveira, Rui Figueiredo de Moraes e Horácio Cotrim de Carvalho. O valor bloqueado foi de R$ 8.889.672,40  como forma de garantir o ressarcimento ao fundo previdenciário municipal.

A intenção da decisão era garantir que, mesmo sem retorno imediato, houvesse responsabilização concreta e futura recuperação do valor desviado.

Em 04/10/24, a juíza Priscila Lopes da Silveira, também da Comarca de Trindade, determinou a expedição de novo ofício ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), solicitando informações atualizadas e conclusivas sobre a prestação de contas, processo n. 08159/2013. O despacho reforça a importância de se apurar os fatos com base técnica e documental, e aguarda manifestação do Ministério Público no prazo de 30 dias após o retorno do TCM.

Em 05/10/2024 o TCM recebeu solicitação do Juiz.
Já passou 194 dias e ate a presente data o TCM não passou as informações atuais e conclusivas sobre o processo.

Além das medidas judiciais, a suspeita nos bastidores é de que parte desses recursos tenha sido usado para bancar a campanha eleitoral de reeleição de Ricardo Fortunato. Nada foi provado judicialmente até o momento, mas a dúvida paira sobre os corredores da política local.

A gestão Fortunato ficou também marcada por confrontos com a Igreja Católica — algo raro e impopular em uma cidade cuja identidade está profundamente ligada à fé. Em 2012, após perder as eleições para Jânio Darrot, Fortunato promoveu exonerações em massa de servidores, interpretadas por muitos como manobra para tentar restabelecer o equilíbrio das contas públicas ou mesmo represália política.

Ao assumir o governo em 2013, Jânio Darrot herdou um Trindade Prev fragilizado e foi sua gestão que judicializou o caso. Ao longo de dois mandatos, Darrot reconstruiu a estrutura do instituto, incluindo a construção da sede própria e a elevação do patrimônio do fundo de pouco mais de R$ 200 mil para mais de R$ 50 milhões até 2020.

Afinal, cadê o dinheiro?
O tempo passou, os gestores mudaram, mas o dinheiro ainda não voltou. O processo continua na Justiça, sem prazo definido para ressarcimento. Enquanto isso, os servidores que contribuíram durante anos aguardam o que lhes é de direito — e Trindade segue sem resposta definitiva.

Espaço aberto: Os ex-gestores citados nesta reportagem, bem como seus representantes legais ou familiares no caso do espólio de Horácio Cotrim, têm direito de resposta assegurado para quaisquer esclarecimentos ou contrapontos.

Deixando Claro que tentamos contato com todos citados nesta Matéria e não  Conseguimos Retorno.

Por : Léo Machado Verdade, jornalista investigativo.

Deixe um comentário